quarta-feira, 26 de maio de 2010

5 estágios...

Ana acorda ainda cansada do dia anterior. Trabalhara o dia inteiro arrumando a casa graças a mudança. Era a quinta mudança só naquele semestre e ela desejava de todo o seu ser que aquela fosse a última. Porém, era isso que ela desejava desde a segunda vez que isso acontecera...
O trabalho do seu marido, Fausto, apesar de render um ótimo salário, era o causador de todo o cansaço e estresse que sua família vinha enfrentando. Viagens e mais viagens... Mudanças e mais mudanças... Quando aquilo tudo iria acabar? Era o que ela pensava antes de levantar da cama, já sabendo que teria que preparar o café da manhã, acordar os seus três filhos e terminar a arrumação da casa.
Seu corpo ainda estava doendo, mas ela sabia que tinha que fazer tudo isso. Ao se levantar, dá uma volta na cama e beija suavemente a testa de seu marido, o qual vira de lado sem acordar. Ela veste um roupão, vai até o espelho e dá uma arrumada básica no cabelo. Ela tinha muitas coisas para fazer. O banho ia ter de esperar até a saída de todos.
Saindo do seu quarto, um a um, ela foi acordando seus filhos, os quais estavam em seus respectivos quartos. Todo dia era a mesma coisa... O mais velho, Caio, de 18 anos, dormia feito pedra. Era uma ginástica para acordá-lo. Chamados e pequenos toques não funcionavam com ele. Certa vez fora necessário um balde d'água fria para ele se levantar. As vezes ela achava que ele fazia de propósito. Outras vezes ela pensava que era por causa que ele era o atleta da família. Seu sonho de jogador de futebol profissional fazia com ele passasse quase o dia inteiro treinando. Isso quase lhe rendeu a reprovação no ano passado, quando cursava o último ano do colégio.
Como ela não tinha muito tempo, não nesse dia, com todas as coisas que ainda tinha que arrumar antes da sua consulta, ela já entrou no quarto com o despertador programado para tocar dalí a 1 minuto, no volume mais alto o possível e o colocou bem perto do ouvido do dorminhoco. 1 minuto era o tempo que ela precisava para acordar os outros dois. Ou pelo menos um dos outros dois, já que o mais novo, Felipe, de 16 anos, normalmente acordava cedo. A do meio, Carol, de 17, tinha um sono leve e qualquer ruido a fazia acordar. Só dela abrir a porta do quarto, a garota já se acordara e se sentara na cama. Um bom dia e um beijo na testa, enquanto a garota se espreguiçava. Felipe, como de costume, já estava saindo do quarto para ir ao banheiro tomar banho. O celular desperta com o som daquela famosa corneta das cavalarias em um volume altíssimo, que fez com que todos se assustassem. Demorou um pouco para o barulho parar. Demorou o tempo que Caio levou para acordar e desativar o despertador.
Ela desceu as escadas indo direto para a cozinha, onde encontrou a empregada, Maria, lavando a louça que o patrão havia deixado suja altas horas da noite quando chegara do trabalho. Se cumprimentaram carinhosamente já que Maria já era considerada parte da família, devido aos longos anos em que estava trabalhando para eles. Maria viu como foi começo do casamento de seus patrões, e, consequentemente, viu todos os três filhos nascerem, participando ativamente da criação deles. Ana dá uma leve olhada na sala só para lembrar de todas as caixas que ainda tinham que ser abertas e tudo que ainda ia precisar ser arrumado. Ana volta sua atenção mais uma vez para a cozinha, pelo menos essa parte da casa já estava toda em ordem, pensando no que iria fazer pro café da manhã. Enquanto Ana preparava o café, Maria já estava no fogão preparando as tapiocas e uma fritada de ovos. Ambas ouviram a gritaria dos meninos no andar de cima se arrumando.
Fausto tinha 48 anos e era um executivo renomado de uma das maiores empresas de consultoria do país. Ganhava muito bem, porém trabalhava quase o dia inteiro e não tinha tempo para si mesmo ou para sua família.
Naquele dia, ele havia se acordado com todo barulho que os filhos faziam num corre-corre frenético no corredor, todo dia era assim... Mas ele estava relutante em sair da cama...
Chegara quase meia noite em casa e ainda teve que preparar os relatórios da reunião que teriam de ser apresentados no dia seguinte, de modo que só foi dormir quando o relógio marcava 03:10 da madrugada.
Como não havia outra coisa a ser feita, a não ser se levantar e ir se arrumar pro trabalho, Fausto, vai ao banheiro resmungando. Seus passos eram quase os passos de um bebado. Estava zonzo e completamente irritado pelas poucas horas de sono que teve nessa noite. Tomou um demorado banho e quando saiu da banheira e se olhou no espelho ficou mais irritado ainda, pois sua barba estava ficando grande. Droga! Vou ter que fazer essa porcaria! Era o que ele pensava. Se tinha uma coisa que Fausto odiava ter que fazer, essa coisa era a barba. Será que só eu tenho raiva de ter que fazer a barba? Ele se perguntava.
Banho tomado, barba feita e terno impecável. Fausto era um homem elegante, porém o estresse e cansaço estavam ficando evidentes em sua face.
Ele desce as escadas se senta à mesa e começa a ler o jornal rapidamente. Ele bebeu dois goles de café, olhou no relógio e saiu correndo sem falar com ninguém. Se demorasse mais um pouco ele se atrasaria. O trânsito nesse horário da manhã sempre era caótico.
Ana que já estava na sala abrindo algumas caixas, nem viu quando Fausto saiu sem sequer ter tocado na omelete que ela lhe havia preparado com tanto carinho, o que, posteriormente, a deixou irritada. Ela vai até a beira da escada e grita pros meninos se apressarem, pois senão iriam se atrasar para a aula e para o treino, no caso do Caio.
Eles descem eufóricos, dão um alô rápido para ana e tomam café mais rápido ainda. Maria, que observava tudo, sempre se impressionava com a velocidade com a qual os meninos e o Sr. Fausto comiam. E olha que toda manhã era a mesma coisa. E era assim em todas as cidades em que já haviam vivido. Não existia nenhum motivo para que fosse diferente agora. Ana avisa que a condução escolar já estava na porta da casa e eles saíram, menos Caio que ainda ficou um tempo conversando com Maria, antes de pegar sua moto e ir para seu treino.
Se não fosse pelo rádio ligado na cozinha, o silêncio teria reinado na casa. Ana se perguntava o porque das empregadas gostarem tanto de ouvir música enquanto estão trabalhando!
De uma certa forma Ana já até gostava de ouvir as músicas que Maria ouvia. A cada caixa esvaziada, uma nova estante ficava cheia, os quadros iam sendo colocados em seus respectivos lugares, assim como os vasos, os tapetes e os livros. Com a ajuda da vizinha, Vera, que por obra do acaso era uma antiga amiga de Ana dos tempos da escola, Ana conseguiu arrumar o que faltava ser arrumado na sala e ambas tomaram café, enquanto Maria dava os ultimos retoques nos quartos do andar de cima. Já eram quase 11:00 e Ana tinha uma consulta marcada.
Ela se apressa, toma um bom banho, coloca um vestido vinho, faz um rabo de cavalo no cabelo, coloca uma sandália de salto médio cor creme, passa batom cor nude e pega sua Louis Vuitton.
Ana não gostava muito de dirigir, ainda mais quando ela não conhecia direito o local, o que era o caso, já que ela havia acabado de se mudar para aquela cidade, mas para sua sorte, Vera concordou em levá-la ao médico e assim ambas teriam mais motivos para passarem o dia juntas se atualizando sobre os acontecimentos.
Ana sempre ciudou de sua saúde, porém, com a promoção de Fausto e devido as inúmeras viagens e mudanças que tiveram de fazer, fazia um certo tempo que Ana não ia ao médico.
Já no consultório, Ana ficou impressionada com a beleza do médico, porém, ficou mais impressionada ainda, ou frustrada, em saber que ele era gay. Ele solicitou uma bateria de exames à Ana a qual se comprometeu em voltar assim que já tivesse os respectivos resultados.
Vera levou Ana para almoçar em um restaurante famoso da cidade, localizado no pier e depois a levou para conhecer alguns pontos turísticos. Conversaram bastante e Ana ficou sabendo que Vera tinha um filho da idade de Felipe e era viúva. Vera contou ainda que vivia da herança deixada por seu pai e da gordíssima pensão deixada por seu falecido marido.
Ambas nem sentiram o tempo passar e quando deram conta já era 17:20. Ao voltar pra casa Ana encontrou Carol deitada no sofá assistindo tv e Felipe no computador.













...continua...













Não me perguntem pq eu escrevi isso.
Tive vontade.
Não escrevi mais pq to no trabalho, mas se desse, tenho uma história inteira na cabeça.
Assisti um filme ontem de noite e me deu vontade de escrever.
Escrevi aqui pq as ideias foram surgindo desde a hora q eu acordei e pra não perder i fio da meada resolvi colocar logo aqui.
Depois eu provavelmente vou continuar no meu pc.
Até mais.

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