quinta-feira, 20 de maio de 2010

Sei lá...

Tava dando uma lida no meu primeiro post aqui... "Dúvidas ai?"
Sei lá...
Grande parte do que eu escrevi naquele dia, eu ainda sinto...
Acho que em grande parte se deve aos comentários que eu ouvi durante esses dias, principalmente sobre a minha escolha...
Em relação a tais comentários, eles me fizeram, em primeiro, lembrar de uma conversa que tive com um grande amigo da universidade, na qual ele dizia: "... o engraçado é que quando somos criança, todos nos dizem pra lutarmos pelos nossos sonhos, mas quando crescemos e temos condições de fazer isso, todos nos chamam de loucos e ficam colocando pedras nos nossos caminhos...", e, em segundo lugar, a refletir sobre as pessoas que eu estou conheçendo agora na escola de teatro.
É muito ruim, pra mim, ver que a maioria das pessoas que está fazendo teatro, que é ator, aqui em Belém, simplesmente não acredita no que faz...
Foram poucas as pessoas que me demonstraram uma seguraça na sua escolha em ser do teatro e viver para o teatro (a Olinda, que eu to tendo a oportunidade de conhecer agora por causa da oficina de interpretação é uma dessas pessoas, motivo pelo qual eu a admiro enormemente). O resto entrou no grupo do resto mesmo... Pessoas que dizem que querem ser atores e que isso é o seu objetivo de vida, mas que simplesmente não acreditam que com seu esforço e dedicação (e talento) podem viver bem do e para o teatro...
Uma coisa que sempre me foi dita, e que ao longo do tempo fui percebendo ser verdade, é que um bom profissional, seja da área que for, se destaca e vive bem.
Outra coisa que eu constatei, infelizmente vivenciando, é que dinheiro é bom, mas não é tudo...
Muitas pessoas dizem isso, mas infelizmente vivem pelo e para o dinheiro...
Posso dizer, por experiência própria, que, de fato, dinheiro é bom, porém não é tudo e nem leva a muita coisa...
Bem verdade que ele propicia prazeres momentâneos. Todavia, é uma via de mão dupla, e, assim o sendo, ele cobra um preço, as vezes alto demais. O preço do comodismo. Do costume de se viver com muito e de querer sempre mais e mais... Aos poucos saimos do controle e ele passa a dominar... Começamos a fazer coisas e a nos submetermos a coisas que não deveriámos/queríamos fazer/submeter...
Isso eu senti na pele...
Muitos me dizem que sou louco por estar abrindo mão do meu emprego e do meu ótimo salário por causa do teatro (do sonho em ser ator)... Eu até entendo a preocupação, mas somente a preocupação... Não entendo as pessoas que vivem pelo e por dinheiro... Isso eu não entendo... Isso pra mim não é normal...
Digo com convicção, que o dinheiro que eu recebo mensalmente (até junho) não paga o que eu já passei, não paga todo o sofrimento sentido e causado, não paga a humilhação sentida e causada, não paga férias que não podem ser tiradas, não paga feriados que não podem ser curtidos (não pelo fato de se estar de plantão ou de se ter que trabalhar neles, mas pelo fato de que quando chegam os feriados a gente tem que ficar resolvendo coisas particulares de nossos chefes, sem saber por que se está fazendo isso), pela doença que a gente sequer pode pensar ou imaginar que podemos ter (e que quando temos, não podemos ir ao médico, pois teríamos que sair mais cedo do trabalho, ou então deixaríamos de resolver alguma coisa particular de nosso chefe), não paga uma licença maternidade que no papel são de 06 meses, mas que na prática são só de 02 por imposição do chefe (lógico que esse tópico não é referente a minha pessoa, porém ocorreu na minha sala de trabalho), não paga as ofensas sem pé nem cabeça e por nada, não paga a pressão por poder ser colocado pra fora ao bel prazer do chefe (quem sabe do meu cargo entende o que eu digo), não paga a infelicidade, não paga a frustração, não paga a depressão, não paga os aniversários perdidos...
Sei lá...
Tava precisando colocar isso pra fora, pois assim, quem sabe, as pessoas que ficam dizendo que eu sou louco por acreditar que posso seguir meu sonho e que não acreditam em si mesmas e em seu trabalho, possam refletir...
Será que só eu vejo dessa forma?
Será que de fato eu sou o louco?
Será que de fato eu to fazendo a maior burrada da minha vida, ao buscar uma coisa que me faz feliz em detrimento de uma coisa que tava me consumindo diariamente a ponto de ter que fazer terapia, pois a cada dia que passava eu me via mais acorrentado, mais prisioneiro, mais infeliz e somente pensando em acabar com tudo de uma vez?
Será?
Ser?
Se?
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
Sei lá...

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